Impossível falar de Poesia em Língua Portuguesa e não lembrar de um dos maiores representantes desse gênero. Fernando Pessoa é chamado por muitos de “heteropoeta” pois, ao longo de toda sua produção literária, criou vários autores heterônimos, com características literárias distintas e percebíveis; os mais conhecidos são Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos.
E por que será que ele se dividiu em tantos?
Fernando Pessoa procurou reproduzir em sua literatura algumas questões que o perseguiram durante a sua vida, como por exemplo, o desdobramento do “eu” e a multiplicação de identidades. Ao construir heterônimos tão diferentes e de altíssimo nível literário, ele só prova o quanto é genial; é tanto talento que não cabe em uma pessoa só.
É o próprio Pessoa que assina um dos poemas mais conhecidos em todo o mundo:
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
(Fernando Pessoa)
É nesse poema que encontramos a célebre frase: “Tudo vale a pena | Se a alma não é pequena”, citada para fazer referência aos portugueses que deixaram o país em viagens marítimas, ao longo dos séculos, sobretudo durante o século XVI, período de maior ascensão de Portugal sobre o resto do mundo.
Pesquisando sobre a biografia de Fernando Pessoa, encontrei o livroclip “Fernando Pessoa em 8 porradas”, que explica de forma bem descontraída e didática o quão dura foi a vida desse gênio da nossa literatura:
Caso você queira conhecer um pouco mais da poética pessoana, a sugestão é esse livro, editado pela L&PM Editores, na coleção pocket: “Poesias”, reúne uma bem construída seleção de poemas assinados por Pessoa e pelos heterônimos Caeiro, Reis e Campos.
Para finalizar, apresento um poema que traz presente outra inquietação de Fernando Pessoa, a "sinceridade pelo fingimento":
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
(Fernando Pessoa)
Postagem de Vinícius Dill S.
Maior que o Pessoa não tem! grande poeta, grande homem, grande lição de vida nos deixou.
ResponderExcluirAmo os poemas de Fernando Pessoa, quero ler a biografia dele, não sabia de sua história de vida.
ResponderExcluirFernando Pessoa é demais *-*
ResponderExcluir"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena." Fera!!
ResponderExcluirQuero os dois livros! :)
ResponderExcluirFernando Pessoa merece ser lembrado sempre e sempre...
ResponderExcluirAmei o texto, e o vídeo. Grande homem.
ResponderExcluirVerdadeiro g~enio esse Pessoa, não há outra palavra que o defina.
ResponderExcluirParabéns pelo post e homenagem a esse gigante da Literatura que se mostrou Fernando Pessoa. Já li esse livro apresentado aqui, e achei maravilhoso. Altamente recomendado.
ResponderExcluirFernando Pessoa é o maior! Sem dúvidas!
ResponderExcluirPArabéns pelo blog...
ResponderExcluirO achei por acaso, mas gostei muito do que aqui li.
Infomo que farei uso de uma imagem daqui, espero que não se importe.
Ps. darei o crédito.
abraço